If you are citizen of an European Union member nation, you may not use this service unless you are at least 16 years old.
Buried in cloud files? We can help with Spring cleaning!
Whether you use Dropbox, Drive, G-Suite, OneDrive, Gmail, Slack, Notion, or all of the above, Dokkio will organize your files for you. Try Dokkio (from the makers of PBworks) for free today.
De todos os cantos do mundo Amo com um amor mais forte e mais profundo Aquela praia extasiada e nua, Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
Espero
Espero sempre por ti o dia inteiro, Quando na praia sobe, de cinza e oiro, O nevoeiro E há em todas as coisas o agoiro De uma fantástica vinda.
As ondas quebravam uma a uma Eu estava só com a areia e com a espuma Do mar que cantava só para mim.
Dia do mar no ar Dia do mar no ar, construído Com sombras de cavalos e de plumas
Dia do mar no meu quarto-cubo Onde os meus gestos sonâmbulos deslizam Entre o animal e a flor como medusas.
Dia do mar no ar, dia alto Onde os meus gestos são gaivotas que se perdem Rolando sobre as ondas, sobre as nuvens. Barcos
Dormem na praia os barcos pescadores Imóveis mas abrindo Os seus olhos de estátua
E a curva do seu bico Rói a solidão.
Praia
As ondas desenrolavam os seus braços E as brancas tombam de bruços.
Lusitânia
Os que avançam de frente para o mar E nele enterram como uma aguda faca E proa negra dos seus bracos Vivem de pouco pão e de luar.
Ondas
Onde-- ondas-- mais belos cavalos Do que estes ondas que vóis sois Onde mais bela curva de pescoços Onde mais bela crina sacudida Ou impetuoso arfar no mar imenso Onde tão ébrio amor em vasta praia.
( Poemas retirados do livro Mar, de Sophia de Mello Breyner Andersen, CAMINHO.)
Passei o Dia Ouvindo o que o Mar Dizia
Eu hontem passei o dia Ouvindo o que o mar dizia.
Chorámos, rimos, cantámos.
Fallou-me do seu destino, Do seu fado...
Depois, para se alegrar, Ergueu-se, e bailando, e rindo, Poz-se a cantar Um canto molhádo e lindo.
O seu halito perfuma, E o seu perfume faz mal!
Deserto de aguas sem fim.
Ó sepultura da minha raça Quando me guardas a mim?...
Elle afastou-se calado; Eu afastei-me mais triste, Mais doente, mais cansado...
Ao longe o Sol na agonia De rôxo as aguas tingia.
«Voz do mar, mysteriosa; Voz do amôr e da verdade! - Ó voz moribunda e dôce Da minha grande Saudade! Voz amarga de quem fica, Trémula voz de quem parte...» . . . . . . . . . . . . . . . .
E os poetas a cantar São echos da voz do mar!
António Botto, in 'Canções'
Vamos Cantar!
O Mar e as Artes
D. Carlos I
- Tenho gostos variados:
Gosto de fotografia,
Caça, pesca, equitação.
Desenho, ornitologia.
Gosto de admirar as aves,
Observar a Natureza!
É esse o meu passatempo,
Rodear-me de beleza!
Explorar o nosso mar
Com um olhar de cientista.
Conhecer bem as correntes,
Mantendo a visão de artista!
Refrão
- Estudo os peixes e as aves
E os mistérios do mar.
Faço inúmeras viagens,
Guardo imagens de pasmar!
- Enquanto estudo, desenho,
Faço as minhas aguarelas.
Assim, todos podem ver
Que as nossas aves são belas!
No meu belo iate Amélia
Faço viagens mesmo boas
Para estudar os oceanos
E depois mostro às pessoas!
O Aquário Vasco da Gama
Que vamos inaugurar,
É o sítio ideal
Para expor e divulgar!
Refrão
- Esta paixão pelo mar
Já a herdei do meu pai:
Ouvir o quebrar das ondas,
À hora em que a noite cai…
Refrão
In D. Carlos I – O Diplomata. 2006. Colecção: Expresso mais novos. Era uma vez um rei…
Planeta Tangerina. Lisboa
Fernando Pessoa
Ó mar salgado, quanto do teu sal
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
Canção do mar
Em vídeo na voz de Dulce Pontes
Informação:
"Canção do Mar" é uma canção portuguesa da autoria de Frederico de Brito e Ferrer Trindade. Foi cantada por Amália Rodrigues em 1955, no filme Os Amantes do Tejo sob o nome de "Solidão".
Dulce Pontes gravou uma versão da música no seu álbum Lágrimas, de 1993, tornando-se a mais conhecida versão.
Poema
Fui bailar no meu batel Além do mar cruel E o mar bramindo Diz que eu fui roubar A luz sem par Do teu olhar tão lindo
Vem saber se o mar terá razão Vem cá ver bailar meu coração
Se eu bailar no meu batel Não vou ao mar cruel E nem lhe digo aonde eu fui cantar Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo
Vem saber se o mar terá razão Vem cá ver bailar meu coração
Se eu bailar no meu batel Não vou ao mar cruel E nem lhe digo aonde eu fui cantar Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo
Ao Longe O Mar (Madredeus)
Porto calmo de abrigo De um futuro maior Inda não está perdido No presente temor
Não faz muito sentido Já não esperar o melhor Vem da névoa saindo A promessa anterior
Quando avistei Ao longe o mar Ali fiquei Parada a olhar
Sim, eu canto a vontade Canto o teu despertar E abraçando a saudade Canto o tempo a passar
Quando avistei Ao longe o mar Ali fiquei Parada a olhar
Quando avistei Ao longe o mar Sem querer deixei-me Ali ficar
O Mare E Tu
Andrea Bocelli & Dulce Pontes
Sentir em nós Sentir em nós Uma razão Para não ficarmos sós E nesse abraço forte Sentir o mar, Na nossa voz, Chorar como quem sonha Sempre navegar Nas velas rubras deste amor Ao longe a barca louca perde o norte.
Ammore mio Si nun ce stess'o mare e tu Nun ce stesse manch'io Ammore mio L'ammore esiste quanno nuje Stamme vicino a Dio Ammore
No teu olhar Um espelho de água A vida a navegar Por entre o sonho e a mágoa Sem um adeus sequer. E mansamente, Talvez no mar, Eu feita espuma encontre o sol do teu olhar, Voga ao de leve, meu amor Ao longe a barca nua a todo o pano.
Ammore mio Se nun ce stess'o mare e tu Nun ce stesse manch'io Ammore mio L'amore esiste quanno nuje Stamme vicino a Dio Ammore Ammore mio Si nun ce stess'o mare e tu Nun ce stesse manch'io Ammo re mio L'amore esiste quanno nuje Stammo vicino a Dio Ammore
Quando o sol vai caindo sobre as águas Num nervoso delíquio d’oiro intenso, Donde vem essa voz cheia de mágoas Com que falas à terra, ó mar imenso?...
Tu falas de festins, e cavalgadas De cavaleiros errantes ao luar? Falas de caravelas encantadas Que dormem em teu seio a soluçar?
Tens cantos d'epopeias?Tens anseios D'amarguras? Tu tens também receios, Ó mar cheio de esperança e majestade?!
Donde vem essa voz,ó mar amigo?... ... Talvez a voz do Portugal antigo, Chamando por Camões numa saudade!
JOSÉ CARLOS MENDES BRANDÃO (a publicar)
A SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Vejo o mar quando me lembro de ti, Sophia, e é um mar grego e uma deusa se ergue das águas.
É o mesmo mar batendo nos rochedos bravios, as palavras como conchas como pérolas negras.
A água escorre das minhas mãos, a tua água, Sophia. Sou a luz e a pedra de Boticelli no cais de onde nunca parto.
Eu sempre volto ao mar, nunca me satisfaço. Quando morrer ainda voltarei ao mar à procura de mim.
" Óleo s/ tela: Primavera, de Botticelli "
(LT)
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in O BÚZIO DE CÓS E OUTROS POEMAS
(Caminho, 1977)
Foi no mar que aprendi o gosto da forma bela Ao olhar sem fim o sucessivo Inchar e desabar da vaga A bela curva luzidia do seu dorso O longo espraiar das mãos de espuma
Por isso nos museus da Grécia antiga Olhando estátuas frisos e colunas Sempre me aclaro mais leve e mais viva E respiro melhor como na praia
FERNANDO PESSOA, in POESIAS.
(Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.)
Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995), (1ª publ. in Athena, nº 3. Lisboa: Dez. 1924, 5ª ed., 1995), in CANCIONEIRO
A minha vida é um barco abandonado Infiel, no ermo porto, ao seu destino. Por que não ergue ferro e segue o atino De navegar, casado com o seu fado ? Ah! falta quem o lance ao mar, e alado Torne seu vulto em velas; peregrino Frescor de afastamento, no divino Amplexo da manhã, puro e salgado. Morto corpo da ação sem vontade Que o viva, vulto estéril de viver, Boiando à tona inútil da saudade. Os limos esverdeiam tua quilha, O vento embala-te sem te mover, E é para além do mar a ansiada Ilha.
LUÍS MIGUEL NAVA, in POESIA COMPLETA (1979-1994), [Publ. D. Quixote, 2002]
O CÉU AGRADA-ME PENSAR
O céu agrada-me pensar que é a memória de dois ou três amigos, aqueles contra cujos lábios a partir de dentro empurraremos docemente os nossos nomes e que, quando levam a comida à boca, sabem que é a nós que estão a alimentar. São dois ou três amigos, aqueles só em cujos corações enfiamos achas, o clarão atinge-lhes os olhos, pensarão: hoje a memória é como se a trouxéssemos em braços. Não sei se quando o mar lhes vier ao espírito o ouviremos rebentar, o certo é que por ele às vezes sobem as marés. Há ondas que se vê terem por ele passado antes de contra os nossos corpos deflagrarem.
*
Óleo s/ tela: The Breaking Waves, por David James (1853-1904), MacConnal-Mason Gallery * (LT)
Comments (0)
You don't have permission to comment on this page.